Najá x Ipiranga

Por Alcino de Freitas

Najá Futebol Clube

 Relatório da diretoria – dezembro de 1944. Fundado em 1º de agosto de 1943, com o nome de “Nacional Futebol Clube”, pelos seus atuais diretores, em sua maioria remanescentes da extinta “Associação Esportiva Araxaense”, teve, por seus estatutos, um número limitado e escolhido de sócios fundadores, aos quais competia contribuir, em módica mensalidade, com o suficiente para a manutenção de seu desenvolvimento. Contamos inicialmente com a ajuda moral e material do prefeito Álvaro Cardoso, o qual nos deu um auxílio monetário de Cz$ 2.000,00 – importância por nós destinada à compra do resíduo material da “Associação Esportiva Araxaense”. Com a oficialização nacional dos desportos, tivemos, por deliberação do Conselho Nacional de Desportos, a necessidade de mudar o nome do nosso clube que, de “Nacional”, passou a denominar-se, por maioria de votação: NAJÁ – que em tupi-guarani significa palmeira, palmeira brasileira. E como palmeira, queremos elevar o “NAJÁ” a ponto de fazer brilhar na constelação esportiva nacional o nome querido: ARAXÁ. O relatório ainda apresentava os seguintes dados: Jogos realizados - 16. Em Araxá, 15, em Conquista, 1. Vitórias - 14. Derrotas - 2. Gols prós - 64; contras - 21; saldo a favor - 43. O principal artilheiro foi Gerson, que marcou 22 gols. Viote - 10; Gentil - 7; Nivaldo - 5; Geraldo - 4; Dib - 4;  Paulinho - 3; Chico Preto - 2; Ci - 2; Afrânio, Zico, Bastinho, Joãozinho e Roque (contra) 1 cada. Presidente: Armando Zema; Vice-presidente: José Porfírio Santos; Secretário: Ernani Castro; Tesoureiro: Artur Rosa; Diretor Técnico: Antenor Afonso Jr.; Diretores propagandistas: Edmo Mesquita, Herman Porfírio, Max Neumann e Geraldo Alves.

“Nas atividades atuais do Najá Futebol Clube, descortina-se a grandeza esportiva do Araxá de amanhã”. (Dâmaso Drummond).   

Najá: Em pé: Paulinho Sapateiro, Adão, Valtinho, Dario, Nivaldo, Viote, Afrânio, Chico Preto, Canhoto, Pipita, Bastins. Agachado: Pirassununga, Ari Jamati, Covanca, Negrinho, Expedicionário.

IPIRANGA SPORT CLUBE

 Apesar de eu não ter dados completos como os do Najá, recorri ao senhor Luiz Rosalvo Santos, que hoje é um bancário aposentado e que também já escreveu sobre a história do nosso futebol. Seu pai, o senhor Rosalvo Santos, foi um dos dirigentes do Ipiranga. Segundo Luiz Rosalvo Santos, a data que marca o nascimento do Ipiranga é no dia 19/06/45. Também sei que o surgimento do Ipiranga se deu depois de um jogo em que o Najá realizou contra a equipe do Industrial de Belo Horizonte, perdendo por 2 a 1 (segundo o senhor Artur Rosa). A partida foi realizada em um domingo à tarde. Como o Industrial veio de trem, sendo a condução mais usada naquela época, e retornaria à capital mineira na segunda-feira, às 15h45, horário da saída do trem para Belo Horizonte, foi feito um convite pela diretoria do Ipiranga para a realização de uma outra partida na segunda-feira pela manhã, de portões abertos, e o Ipiranga acabou goleando o Industrial pelo placar de 6 a 2.  Segundo o senhor Luiz Rosalvo Santos, o Ipiranga atuou naquela partida com a seguinte escalação: Dedão, Miguel Nesralla e Jackson Alvarenga; Djuba, Ivo Contato e Berto (do Firmo); Juca Bacada, Coquinho, Ló, Waldir (BH) e Paulo Congo. A meninada do Bejo, assim, como eles eram conhecidos, deu um espetáculo de futebol em campo e foi aquela festa de comemoração! E neste clima de euforia é que o Ipiranga Sport Clube foi fundado, tendo como base os jogadores do Tiradentes e de outras agremiações da cidade. (Texto de Luiz Rosalvo Santos). Walter Pereira Marques (Waltinho) entra neste contexto como jogador-símbolo do Ipiranga Sport Clube.           

Em pé: Zé Edgard, Peão, Xororó, Jaú, Wilson, Canhoto, Agenor Lemos (Presidente) Agachados: José Nica, Paulinho do Ibiá, Esinerindo, Camarote, Mimi Guimarães.

A reportagem contada pelo saudoso jornalista esportivo Alcino de Freitas, faz parte da primeira edição da Revista Araxá, de dezembro de 2015.