A História da Paróquia de São Domingos dos "Arachás"

Mai 30, 2025 - 07:30
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A História da Paróquia de São Domingos dos "Arachás"

O Primeiro Vigário 

 

Padre Domingos da Costa Pereira era natural e batizado na Freguesia de Nossa Senhora da Conceição dos Carijós, hoje Conselheiro Lafaiete, Bispado de Mariana. Filho de José da Costa Ribeiro, natural e batizado na Sé do Porto, Portugal, e Dona Maria de Pinho, natural e batizada em São Miguel do Ourém, bispado de Lamego, também em Portugal. Seus avós paternos Antonio da Costa Ribeiro, natural de São Matinho da Tarjeta e Maria da Costa, natural e batizada na cidade do Porto. Avós maternos foram Manoel Pereira Brandão Jerônima de Pinho, naturais e batizados em São Miguel do Ourém.

 

          Domingos, batizado aos 29-12-1735.

Conselheiro Lafaiete, MG aos 29-12-1735 nesta matriz bat a Domingos, f.l. de Jose da Costa Ribeiro e Maria de Pinho; foram padrinhos Domingos da Costa Guimarães solteiro e morador em Vila Rica de Ouro Preto e Damiana de São Jose mulher de Jeronimo da Costa, todos moradores nesta mesma freguesia.”

 

 

Sua petição de ordenação foi aprovada em dezembro de 1759, sendo ordenado por Dom Frei Manoel da Cruz, primeiro bispo de Mariana. Recebeu, na ocasião de sua ordenação, como patrimônio de seus pais "uma rossa de terras e três escravos por nome Gracia e Antonio e outro Antonio, todos de nação Angola, e hú rancho de capim nas ditas terras...cabeceira do Ribeirão da Vera Cruz, Comarca do Rio das Mortes." A existência de um dote para ordenação dos clérigos era necessária naquela época, por serem poucas as paróquias que recebiam verba do governo colonial e para se evitar a multiplicação dos clérigos itinerantes em Minas, mais preocupados em satisfazer as cobiças que trabalhar no Reino de Deus. Foi capelão de Sant'Anna do Morro do Chapéu (atual Santana dos Montes, MG), de 1761 a 1765, a partir de quando se torna vigário coadjutor de Carijós (atual Conselheiro Lafaiete, MG). Em 1771, tornou-se capelão do arraial do Japão (atual Carmópolis, MG). Em 1791 foi nomeado o primeiro vigário da freguesia de São Domingos do Araxá, onde construiu a primitiva igreja matriz. Encontra-se no registro do Arquivo Ultramarino de Portugal um requerimento do Padre Domingos da Costa Pereira solicitando licença para erigir Ermidas, expondo sua intenção de edificar tais templos, demonstrando a preocupação religiosa e a necessidade de fortalecimento da fé. O professor Luiz Gonzaga da Fonseca, em sua obra "História de Oliveira (1961)", relata que, enquanto muitos se dedicavam à exploração do ouro, o Padre Domingos voltava sua atenção para a catequese dos africanos, tanto os que já se encontravam nos quilombos quanto os que chegavam nos comboios. Sua missão também se estendia aos índios Cataguás sobreviventes, buscando levar-lhes os princípios da doutrina cristã. 

 

A Devoção a São Domingos de Gusmão 

 

O genitor de Padre Domingos originava-se da cidade do Porto, em Portugal, uma localidade onde a veneração a São Domingos de Gusmão é de longa data intensamente cultivada. O Convento da Ordem de São Domingos, em Porto, considerado o mais antigo de todos, foi fundado em 1238 pelos Frades mendicantes, poucos anos após a morte do santo, consolidando-se como um importante centro de devoção. Movido por essa piedade profundamente enraizada, o pai de Padre Domingos conferiu ao seu filho o nome do santo, perpetuando assim uma tradição religiosa que remonta à Europa. Padre Domingos, em uma manifestação de profunda devoção, fundou a freguesia dedicada a São Domingos de Gusmão, perpetuando a reverência ao santo e consagrando a sua memória em solo brasileiro, unindo, com tal gesto, as tradições de duas terras separadas pelo oceano, mas unidas pela fé.

A função do clero secular era zelar pela liturgia católica nas vilas, cidades e capelas rurais. Estava diretamente submetido à hierarquia episcopal e fazia parte da folha de pagamento da Coroa portuguesa, como se fossem funcionários públicos. O rei de Portugal recolhia na colônia o dízimo e a côngrua cujo objetivo era compor o fundo destinado a sustentar as folhas de pagamento do clero secular. Todavia, somente os clérigos ligados às “freguesias coladas”, que eram paróquias de criação régia, é que eram sustentados pelo Estado. Neste contexto, a Lei nº 814 de 20 de outubro de 1791 criou a Paróquia do Araxá, decretada no reinado de D. Maria I como Rainha de Portugal. 

 

É altamente provável que o Padre Domingos visasse, com sua transferência para a região, a fixação em uma paróquia que pudesse receber os donativos provenientes da Coroa. Esse movimento ocorreu no contexto de um fluxo migratório significativo, com muitos forasteiros guiando-se para o chamado 'sertão da farinha podre', atraídos pela descoberta das fontes salitradas, que se mostraram altamente propícias à pecuária. Esse novo cenário se passou paralelamente ao esgotamento das riquezas auríferas, que começaram a se tornar escassas, impulsionando, assim, a busca por fontes alternativas de subsistência e enriquecimento. Registros históricos também atestam a transferência dos pais do Padre Domingos para a região, onde ele, já afastado de suas funções paroquiais, veio a falecer em sua propriedade rural, denominada Fazenda Babilônia.

 

A Paróquia 

 

Após a construção da Capela de São Domingos, inicialmente de palha e que deu berço ao povoado, surgiram diversas construções esparsas ao redor da mesma, e o Curato se tornou o Freguesia de São Domingos dos Arachás. Curato é um termo religioso que era usado para designar aldeias e povoados com as condições necessárias para se tornar freguesia. A elevação para Freguesia representava uma mudança significativa na organização social, política e econômica, refletindo a expansão do território colonial e a necessidade de uma administração mais organizada. A partir de então, o povoado foi se desenvolvendo, passando por diferentes estágios de organização e crescimento, inicialmente, adquiriu o status de Julgado, um marco importante na administração local, posteriormente elevado a Vila e mais tarde tornando-se a cidade de Araxá, que, com o passar dos anos, se consolidava como importante centro regional. Ao fim do século XIX as localidades de Dores de Santa Juliana (atual Santa Juliana), Nossa Senhora da Conceição (Perdizes), São Pedro de Alcântara (Ibiá) e Santo Antônio da Pratinha (Pratinha), Antas (Tapira) e Crioulos (Pedrinópolis) faziam parte de Araxá.

Fotos da Antiga Igreja Matriz de Araxá, inaugurada oficialmente em 1800 e demolida em 1929:

Ao longo do século XIX, a paróquia de Araxá foi marcada pela passagem de diversos padres seculares que, além de desempenharem papéis significativos no contexto religioso, também influenciaram profundamente a história e a política local. Entre essas figuras ilustradas, destaca-se o nome do Padre Thomé Francisco da Silva Botelho, cuja atuação foi relevante para a comunidade. Padre Joaquim Batista Franco também deixou sua marca, contribuindo não apenas para o desenvolvimento espiritual, mas também para as transformações políticas da região. Outro nome de grande importância foi o do Cônego Cassiano Barbosa de Affonseca e Silva, cuja dedicação à paróquia e à sociedade araxaense foi notável, fundando diversas irmandades e lançando a pedra fundamental da Santa Casa de Misericórdia de Araxá. O Padre André Aguirre, igualmente, desempenhou um papel de destaque no seio da Igreja local, enquanto o Cônego Pedro Pezzuti, último a atuar antes da chegada dos Salesianos, foi uma figura chave na transição para um novo ciclo na paroquia. Todos esses padres e muitos outros, com suas trajetórias distintas, exerceram grande influência no fortalecimento das tradições religiosas e no desenvolvimento social e político de Araxá, deixando legados que perduraram por gerações.

Construção da nova Igreja Matriz de São Domingos – Década de 20

Nova Igreja Matriz de São Domingos – Década de 40

A Congregação Salesiana em Araxá

A cidade de Araxá, até então pertencente à Diocese de Uberaba, vivenciou um marco histórico em 1924, quando o Papa Pio XI nomeou o padre Antônio Lustosa como o segundo bispo de Uberaba. Mais amplamente conhecido como Dom Lustosa, o prelado dedicou sua vida à causa religiosa e ao bem-estar de sua comunidade. Dom Lustosa, pertencente à Congregação Salesiana, solicitou o apoio de seus confrades para fortalecer a presença religiosa em Araxá, uma cidade que, à época, carecia de assistência pastoral mais próxima. Em um gesto de confiança, ele entregou a Paróquia de São Domingos aos salesianos, e com uma expressão carinhosa, a considerava "...a pérola das paróquias de sua diocese". Esse gesto reflete não só a sua dedicação à evangelização, mas também seu carinho por essa comunidade. 

No dia 4 de fevereiro de 1926, Araxá recebeu os primeiros membros da Congregação Salesiana, que chegaram à cidade para assumir a responsabilidade pela paróquia. Eram eles: Pe. Vicente Priante, Pe. José Piasek e o irmão Rafael Ilberty, que, juntos, deram início a uma nova fase na vida religiosa da cidade, fundando também o Colégio Dom Bosco, contribuindo significativamente para o desenvolvimento espiritual, intelectual e social dos jovens da região.

Essa chegada dos salesianos foi um marco na história religiosa de Araxá e da Diocese de Uberaba, pois representou a consolidação de um trabalho missionário que perdura até os dias atuais, levando consigo os fundamentos nos pilares de razão, da religião e do amor educativo contribuindo para formação de "bons Cristãos e honestos cidadãos".

Inauguração do Colégio Dom Bosco – 11 de fevereiro de 1931

Padre Antônio Marcigáglia com um grupo de alunos

A história do Colégio Dom Bosco e de cada salesiano que passou pela Paróquia de São Domingos, em Araxá, é tão rica e multifacetada que poderia facilmente preencher as páginas de um livro. Ao longo das décadas, muitos salesianos dedicaram-se ao serviço da comunidade, cada um trazendo consigo uma trajetória única, marcada por sua história familiar, formação religiosa, vivências pessoais e, especialmente, sua incansável atuação pastoral. Poderíamos citar mais de uma centena de nomes, cada qual com contribuições significativas para a vida espiritual e social dos Araxaenses. Esses religiosos, com suas diversas origens e experiências, foram fundamentais para a edificação não apenas da paróquia, mas de toda a cidade, com suas ações de fé, educação e solidariedade. 

Padre Antonio Marcigáglia como primeiro Diretor do Colégio; Padre Emílio Philipini, argentino filho de italianos, muito enérgico que contribuiu de forma angular para a construção da nova Matriz de São Domingos; Padre Clóvis Villa Nova, grande incentivador da música entre os jovens; Padre Silvio Bianchi, grande formador de jovens; Padre Arcângelo Spezzia, incentivador das procissões de Nossa Senhora Auxiliadora nas casas; dentre muitos de atuação mais recente como Padre Francisco David de Rezende, Padre Hélio Comissário, Padre José Lacerda Sobrinho, Padre Arnaldo Magalhães Andrade e Padre Manoel Claro, que com seu jeito irreverente  continua levando o evangelho por diversas regiões do Brasil. Não podemos jamais esquecer a trajetória dos Araxaenses Padre José Perfeito, que por mais de duas décadas esteve à frente da paróquia, batizou talvez a maioria da população adulta existente hoje na cidade, e de Padre Henrique Ribeiro de Brito, ao qual dedico os próximos parágrafos, por ter convivido com ele e por considerá-lo  amigo pessoal.

 

Padre Henrique Ribeiro de Brito, Sdb

Padre Henrique Ribeiro de Brito foi um araxaense que personificou o verdadeiro espírito Salesiano, dedicando-se ao próximo até os seus últimos momentos. Sua vida deixou um legado profundo, impactando diversas gerações que teve a oportunidade de orientar e ensinar, mostrando-lhes não apenas a importância da fé, mas também o valor do trabalho, como quem "ensina a pescar". Em um período de luta contra o câncer, se recolheu nos últimos anos no Colégio de Araxá, escrevendo biografias de muitos salesianos, obras de grande valor histórico. 

 

Padre Henrique nasceu em 1º de dezembro de 1922, na fazenda Tombador, de propriedade de seu avô materno, o Coronel João Ribeiro de Souza.  Filho de Armando Brito de Castro e Claudemira Ribeiro de Souza. Seu pai veio de São João Del-Rei com o objetivo de instalar energia elétrica em Araxá, sendo responsável também por diversos projetos arquitetônicos na cidade. Desde a infância, demonstrava forte motivação para a vida religiosa, sendo profundamente inspirado pelos salesianos que aprenderam e conviveram com Dom Bosco, especialmente pelo polonês Padre José Piasek, pelo qual devotava grande admiração.

Fazenda Tombador – Proprietário João Ribeiro de Souza

A freira dominicana Ir. Domitila Ribeiro Borges, tia materna de Padre Henrique, narra em suas memórias a recordação de seu sobrinho de apenas dois anos, deitado na cama, respirando com dificuldade e pálido, vítima de crupe, uma doença fatal na época. Enquanto três médicos conversavam entre si em um canto, considerando o caso irrecuperável, no quarto ao lado, a mãe Mila e mais três irmãs se ajoelharam diante de um quadro de Santa Teresinha de Lisieux, suplicando por um milagre para curar “Quitito”, como era chamado. Nesse momento, Mila sentiu como se uma voz interior lhe dissesse: "Ele será curado para se tornar sacerdote." Foram chamadas ao quarto do menino, que, diante do médico surpreso, apareceu com o rosto corado e sorridente, estendendo os braços para a mãe. Ele estava curado.

 

Em 1935, iniciou sua formação no aspirantado em Lavrinhas, tendo recebido o sacramento da Ordem no dia 8 de dezembro de 1949. No mesmo ano, celebrou sua primeira missa, com a honra de cantar a tradicional Missa do Galo em sua cidade natal, Araxá. Dotado de notáveis talentos musicais, possuía uma habilidade singular para entoar as orações em canto gregoriano, executando-as de maneira quase sublime, com grande maestria.

Lembrança da Ordenação Sacerdotal de Padre Henrique - 1949

Já ordenado sacerdote, dedicou-se com fervor ao ministério em diversas localidades, incluindo São João del-Rei, Barbacena, Paraguassu, Jaciguá (no Espírito Santo), Uberlândia, e Araxá, onde serviu de 1970 a 1977. Além disso, passou por Resende, Ponte Nova e Belo Horizonte, onde desempenhou um trabalho significativo no Centro Salesiano do Menor, dedicando-se ao cuidado e à educação das crianças e jovens por mais de uma década. Em 1997, retornou definitivamente à sua terra natal, onde continuou a exercer sua missão com dedicação e amor, na paróquia e também no Oratório Nossa Senhora Auxiliadora. Fazia questão de celebrar a Santa Missa semanalmente na Capela Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, situada no Bairro João Ribeiro, onde antigamente era a chácara de seu avô. No Oratório promovia e estimulava a prática de atividades esportivas, com destaque para o futebol, esporte pelo qual nutria uma grande paixão e prazer em jogar.

Redigiu obras literárias de notável importância, entre elas a obra dedicada à história de "Mamãe Margarida", mãe de Dom Bosco, além de uma série intitulada "Pioneiros", que reúne biografias de diversos salesianos que, ao longo dos anos, percorreram e deixaram sua marca no Brasil. Nessas publicações, demonstrou uma impecável habilidade em contextualizar os eventos históricos, oferecendo uma análise profunda e minuciosa da atuação desses religiosos, destacando seu incansável apostolado e seu impacto nas comunidades em que se inseriram. Através de uma narrativa envolvente e rigorosa, ele preservou e enriqueceu a memória histórica da presença salesiana no país.

Zelava pelas coisas de Deus com uma dedicação exemplar.  No altar, destacava-se pela perfeição litúrgica, conduzindo as celebrações de forma sublime, imbuída de profunda reverência e devoção. Sua postura era sempre de grande respeito à santidade dos ritos, evidenciando um compromisso profundo com o sagrado.

Padre Henrique Celebrando a Santa Missa em comemoração aos 50 anos da Escola Estadual Delfim Moreira

De natureza introvertida, possuía uma maneira de falar quase introspectiva, evitando o contato direto com os olhos dos outros. No entanto, essa timidez não impedia que expressasse uma energia vibrante e uma firmeza inabalável em suas convicções. Agia com determinação e um forte senso de compromisso, sempre pautando suas ações pelo dever e pela responsabilidade.

De acordo com informações provenientes de fontes internas da Igreja, soube-se que, ainda na sua juventude, seu nome foi cogitado e até mesmo investigado para uma possível nomeação ao episcopado. No entanto, ele eventualmente recusou a proposta antes mesmo de sua formalização, evidenciando, com essa atitude, sua profunda humildade e total ausência de vaidade, características que sempre nortearam sua vida e vocação.

Como filho e devoto seguidor de Dom Bosco, nutria uma profunda e sincera devoção por Nossa Senhora Auxiliadora, a quem recorria em todos os momentos de sua vida, entregando-se à sua proteção maternal e buscando, com fervor, o consolo em sua intercessão. Repetia com frequência a célebre expressão do Santo Fundador: "Foi ela que tudo fez", reconhecendo na Virgem Maria o pilar fundamental de sua missão e a fonte inesgotável de graça. 

Todos os anos, mesmo residindo em outras localidades, fazia questão de retornar a Araxá para celebrar a Semana Santa. Durante as solenidades, entoava a liturgia com uma maestria que parecia transcender o humano, elevando as cerimônias a um nível de espiritualidade ímpar. Além de sua missão religiosa, aproveitava essas ocasiões para reencontrar parentes e amigos, renovando e fortalecendo os laços afetivos que sempre cultivou com grande carinho.

Acompanhou seus pais com grande zelo durante o período de enfermidade, transferindo-se temporariamente para Uberaba para dedicar-se integralmente ao cuidado deles. Com imensa reverência, lembrava-se deles, cultivando na memória uma profunda admiração, ternura e saudade. Os laços com seus irmãos com seus irmãos permaneceram inquebrantáveis, e, a cada reencontro, expressavam sua gratidão a Deus pela dádiva de poder de desfrutar da convivência familiar, sempre suplicando para que aquele momento não fosse o último. Sua irmã, Conceição, falecera exatamente um mês antes de sua partida, enquanto seu irmão Geraldo ainda sobreviveria por mais alguns anos.

Conforme escreveu seu Diretor, Padre Lacerda: "Padre Henrique faleceu às 13,30 hs do dia 24 de junho de 2008 conforme seu desejo, manifestado inúmeras vezes: em casa, em seu quarto, rodeado dos irmãos salesianos, com a presença inclusive do Padre Inspetor em visita à comunidade; no quarto estavam ainda alguns funcionários do colégio e à sua cabeceira, o médico e o enfermeiro. O desenlace representou o fim de uma luta de quase vinte e cinco anos contra o câncer aninhado na bexiga. Esteve internado diversas vezes para intervenções cirúrgicas. Complicações apressaram o fim. O médico Dr. Osvaldo Teixeira Afonso, que o acompanhou no momento final, deu como causa da morte: arritmia cardíaca, insuficiência coronariana, aterosclerose e câncer de vias urinárias. As exéquias solenes foram celebradas na matriz de São Domingos, na manhã do dia 25, e presididas pelo Inspetor P. Nilson Faria dos Santos, concelebradas pelos padres e diáconos da cidade e com participação dos parentes, amigos e numerosos ex-alunos e paroquianos. Seu corpo foi sepultado, conforme desejo expresso por ele, na mesma tumba que abriga os ossos do padre que o aconselhou a ir para o seminário, o P. José Piasek."

Fotografia de Padre Henrique, registro de Armando Marchiori

Uma sugestão, talvez, digna de consideração por parte dos legisladores, seria a de atribuir o nome de Padre Henrique Ribeiro de Brito a uma das ruas de Araxá.  Seria um gesto profundamente justo e simbólico, como forma de reconhecimento e retribuição por tudo o que este ilustre religioso fez em prol da comunidade Araxaense. Merecida homenagem à sua incansável dedicação e aos inestimáveis serviços prestados ao povo da cidade, perpetuando sua memória de maneira grandiosa e significativa para as futuras gerações.

 

Fontes:

Milagre, Os Pereira Brandão, in Ribeiro, Caminhos do Cerrado

Arquivo da Cúria de Mariana - Seção De Generi et Moribus

Arquivo Público Mineiro - Seção Colonial

SILVA, Sebastião de Affonseca. História de Araxá - 1946

FONSECA, Luiz Gonzaga da. História de Oliveira – 1961

Acervo pessoal de Fabricio de Avila Ferreira 

BORGES, Ir. Domitila Ribeiro – O que viveu meu Coração

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Redação - JI Redação do Jornal Interação da Cidade de Araxá - Minas Gerais.