Mulheres adiam a maternidade em São Paulo e criam desafios econômicos e sociais

Número de nascimentos caiu 28,5% em 40 anos, o que gera implicações sobre o futuro da mão de obra e até a sustentabilidade da Previdência The post Mulheres adiam a maternidade em São Paulo e criam desafios econômicos e sociais appeared first on InfoMoney.

Mai 11, 2025 - 10:00
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Mulheres adiam a maternidade em São Paulo e criam desafios econômicos e sociais
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Nos últimos 40 anos, o estado de São Paulo testemunhou uma redução de 28,5% no número de nascimentos, passando de 700 mil para pouco menos de 500 mil em 2024. Essa tendência, que se acentuou a partir de 2018 e foi intensificada pela pandemia de Covid-19, representa uma queda de 22,3% no período mais recente e de 32,7% desde o ano 2000, de acordo com dados dos Cartórios de Registro Civil compilados pela Fundação Seade.

A mudança também ocorreu no perfil, com uma alteração na idade das mães paulistas. Em 2000, 73% das mães tinham até 29 anos, mas esse percentual caiu para 55% em 2024. Por outro lado, a participação de mães com idades entre 35 e 39 anos aumentou de 7,6% para 16,3% no mesmo período, o que indica que as mulheres estão adiando cada vez mais a maternidade.

Implicações econômicas

A diminuição dos nascimentos tem implicações diretas na economia. O envelhecimento da população e a redução de nascimentos resultam em uma diminuição da força de trabalho, o que pode levar à escassez de mão de obra em setores específicos. Essa situação deve pressionar os salários para cima.

Além disso, será necessário aumentar os investimentos em automação para compensar a falta de trabalhadores jovens, segundo a Fundação Seade.

Outra pressão deve vir da Previdência, uma vez que a relação entre as pessoas economicamente dependentes (idosos) e a população em idade ativa deve se desbalancear ainda mais.

No Brasil, essa razão passou de 47,1% em 2010 para uma projeção de 67,2% em 2060, indicando uma crescente pressão sobre os sistemas previdenciário e de saúde.

Desafios para políticas públicas

A redução de nascimentos e o envelhecimento populacional exigem uma reavaliação das políticas públicas.

Especialistas afirmam que será necessário investir em infraestrutura de saúde voltada para a terceira idade, adaptar o mercado de trabalho para acomodar trabalhadores mais velhos e revisar o sistema previdenciário para garantir sua sustentabilidade.

A queda na natalidade em São Paulo é um sinal do fenômeno demográfico que ocorre em todo o mundo, afetando a economia e exigindo novas políticas sociais.

A expectativa de vida global aumentou em média sete anos desde 1997, alcançando 73 anos em 2023 e podendo chegar a 77 anos em 2050, de acordo com as Nações Unidas. Esse aumento da longevidade pressiona os sistemas previdenciários como nunca antes.

Em economias emergentes, as taxas de fecundidade caíram ainda mais de 1960 a 2023. Por exemplo, uma mulher tinha uma média de 6,1 bebês no Brasil em 1960, enquanto hoje esse número é de 1,6 filhos.

Dessa forma, sem reformas significativas, os sistemas previdenciários podem se tornar insustentáveis. Atualmente, o Brasil conta com 6,5 trabalhadores por aposentado, um número que já foi de 13,1 em 1997. Em 2050, essa proporção cairá para 2,8 trabalhadores por aposentado.

Sem o trabalhador jovem para financiar o idoso inativo, será necessário encontrar novas formas de refinanciar os sistemas previdenciários, na avaliação do professor de Economia da Fundação Getulio Vargas, Renan Pieri.

“Além disso, o Estado precisará destinar mais recursos para a saúde, pois as pessoas que vivem mais precisam de cuidados. Mas, acima de tudo, com menos jovens, será preciso investir mais e melhor em educação, para que, com uma formação de qualidade, esses jovens sejam mais produtivos”, afirma o professor.

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Redação - JI Redação do Jornal Interação da Cidade de Araxá - Minas Gerais.