O visionário Djalma Guimarães e o nióbio de Araxá

Fev 14, 2025 - 09:21
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O visionário Djalma Guimarães e o nióbio de Araxá

Hoje vamos contar um pouco da história do mineiro do interior do Estado que, bem à frente de seu tempo, jovem visionário,  estudioso e amante da terra, em 1950, revolucionou e mudou a história mineral e geoquímica do mundo, destacando-se com pioneirismo no estudo da região do Barreiro, em Araxá, que resultou na descoberta das reservas de NIÓBIO, cujo aproveitamento é responsável a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM).

O NIÓBIO

O Nióbio é um metal com propriedades únicas que o tornam a escolha i

deal em diversas aplicações, proporcionando soluções inovadoras e sustentáveis para setores como infraestrutura, energia e mobilidade. O Nióbio é um metal de transição que exibe características notáveis. Em sua forma mais pura, é macio, dúctil e altamente resistente à corrosão. Através de processos metalúrgicos, obtemos produtos de Nióbio que, ao aprimorar propriedades e funcionalidades, encontram inúmeras aplicações, como em carros, estruturas de edifícios e pontes, turbinas de avião, aparelhos de ressonância magnética, marcapassos, sondas espaciais, foguetes, tubulações de gás, componentes eletrônicos e baterias. O Nióbio desempenha um papel crucial na construção de um futuro mais sustentável. Por meio do desenvolvimento de novas aplicações, impulsionamos inovações nos setores de baterias e armazenamento de energia, nanomateriais e eletroeletrônicos, atuando em linha com as tendências mundiais de eletrificação, urbanização, digitalização e sustentabilidade.

O mineiro que amava a terra e mudou a história de Araxá com o nióbio

Djalma Guimarães nasceu em Santa Luzia, cidade da região do entorno de Belo Horizonte, no ano de 1894, e morreu em 1973.   Formou-se engenheiro de minas e civil no ano de 1919, na Escola de Minas, em Ouro Preto. Como cientista, atuou em quase todas as áreas das geociências. Na mineralogia, realizou diversos estudos analisando e descrevendo novos minerais, especialmente os niobotantalatos. E entre tantos projetos, estudos científicos e pesquisas tratando de temas da geologia, os que mais que lhe conferiram importância e projeção nacional e internacional foram as descobertas das jazidas de apatita [fosfato] e de pirocloro [nióbio] em Araxá (MG), que fizeram do Brasil o maior produtor de nióbio do mundo.

 

Na direção do Instituto de Tecnologia Industrial de Minas Gerais (ITI), criou um laboratório de análises espectroquímicas, tendo sido autor de 240 publicações nos diferentes campos da geologia.

Foi conselheiro da Academia Brasileira de Ciências, onde ficou até 1954, e foi designado, juntamente com outros pesquisadores, pelo então governador de Minas, Juscelino Kubitschek, para criação do Instituto de Pesquisas Radioativas (IPR), hoje Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN). Dirigiu os mais importantes órgãos nacionais e estaduais na área das geociências: Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, hoje CPRM, Serviço Geológico do Brasil e ITI/MG. Recebeu todos os prêmios conferidos a seus pares em sua época: Prêmio José Giorgi, da USP (1958-1959); medalhas de ouro Orvile Derby e José Bonifácio Andrada e Silva e Medalha da Inconfidência. Foi distinguido como Professor Doutor Honoris Causa, pela Ufop e pela Universidade de Lisboa. Recebeu de Madame Curie o título de Príncipe dos Geólogos. Em 1974, foi homenageado com a criação do Museu de Mineralogia Professor Djalma Guimarães, da Fundação Municipal de Cultura da Prefeitura de Belo Horizonte, atualmente localizado no Edifício Rainha da Sucata, na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte. Em 2006, 33 anos após o seu falecimento, foi homenageado com a “guimarãesita”, uma nova espécie mineral.

Homenagens ao Professor Djalma Guimarães

Em vários estados brasileiros são muitas as homenagens ao professor e cientista Djalma Guimarães. Em Araxá existe a Fundação Djalma Guimarães que é uma organização social que atua no apoio à aprendizagem e na preservação cultural e histórica.

Também em Araxá, a sede da unidade do Senai ,  leva o nome de Centro de Formação Profissional Djalma Guimarães.   

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Redação - JI Redação do Jornal Interação da Cidade de Araxá - Minas Gerais.